Com pedaços

Sim, sou eu.

A minha foto
Nome:
Localização: Portugal

sim.

segunda-feira, março 23, 2009

livra!

Com pedaços de mim no bolso que cairam antes do metro passar mas que eu perco antes de conseguir descobrir onde é suposto colá-los com a super cola que já não tem instruções e que já não sei se é cinco ou dez minutos, se é para colar e esperar ou esperar e colar e nem sequer se funciona em pessoas partidas.


E é sem reparar que perdes o fio condutor da meada e tens que arrancar outro da cabeça. Mas dói. Principalmente os pequenos que normalmente são os melhores... porque alongar é muito mau.

Alguém me livre de alguma vez achar que o tempo parece que pára quando nós, seja como for, não queremos que ele ande. Queremos que salte. E... novo record mundial 9,56 metros, estonteante!



Declaro que decidi continuar a minha lista de coisas boas:

A primeira
Voar (sim, já voei)
Ter a música a depender de ti
Mexer no cabelo (teu e dos outros)
Acordar com um gato a aninhar-se ao pescoço
Comer morangos
Dançar na rua e sorrirem para ti
Encontrar pessoas antigas
Ganhar concursos
Pintar uma parede
Lareira
Mantas
Concretizar um sonho
Desenhar muito
Acordar quente
Almoçar na cama
Encarnar animais

to be continued

terça-feira, maio 20, 2008

Por causa das cerejas

Come as cerejas todas que quiseres.
Senta-te no chão e come as migalhas da tua camisola.
Já alguma vez entraste numa caixa de correio? Sempre quis fazer isso. É numa caixa de correio
e numa máquina de lavar roupa.
Quando tentares alguma vez molhar os pés até aos ossos dou-te uma flor num vaso.
Uma flor num vaso e um coelho num prato. Um coelho num vaso e uma flor... As rosas comem-se, sabias?
Ora aí está outra coisa que gostava de fazer um dia. Será assim tão cruel? Bem, eu nunca comeria um coelho vivo.
Não queria mesmo ter olhado as coisas desta maneira, já viste? agora nunca mais na vida vou ter coragem de comer uma rosa!
Mas hei de comer uma formiga! Oh. mas as formigas... uma pomba! Que raio de nojo. Só comia uma pomba que não
tivesse sentido de ritmo e elas têm todas. (ainda bem)
(Porque é que alguém tem sempre que comer alguma coisa nos teus textos?)
São 10.30 e ainda não jantei. (ah então está bem)
Mexes os olhos. Estás a sonhar. Sabias que só se sonha a preto e branco? Eu só acredito nisso porque li numa revista
com muitas fotos de animais e textos grandes e complicados que eu devoro como...devoraria uma pomba sem sentido de
ritmo. Gostava de poder ver algumas das cenas da minha vida a preto e branco. É tão mais poético. Não sei porquê.As
cores são tão bonitas. Mas é. Preto e branco. Preto no branco e branco no preto e temos uma beleza pura.
Comecei com cerejas termino a preto e branco. Não gostava nada de cerejas se o mundo fosse a preto e branco. Ou melhor,
não gostava que o mundo fosse a preto e branco, por causa das cerejas.



Eu já comi cerejas este ano, e tu?

Etiquetas: ,

sexta-feira, março 14, 2008

Prime work

"E depois a menina que tinha saudades de guardar rebanhos..."

Sim?
Que lhe aconteceu?

Ela vivia numa cidade muito grande (por isso é que tinha saudades de guardar rebanhos) e então um dia decidiu procurar um rebanho para guardar. Procurou, procurou e não encontrou nada. Então a menina ficou muito cansada, então decidiu sentar-se num jardim. E o jardim tinha muitas flores, muita relva, muitos bichinhos, muitos passarinhos, mas não tinha muitas árvores. Então ela deitou-se ao sol na relva.
E viu as nuvens.

E termina aqui?
Sim.
Porquê?
Ora! Porque não começou com "Era uma vez"!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Redefine-me o conceito

A minha vida é uma peça de teatro. Luzes, silhuetas, fumos, vozes de fundo, vozes que vêm do fundo, temas que fogem e voltam e se entrecortam e caem e partem-se e partem-me e partem os cinzeiros que seguram o tal "explica-me porquê".

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Declaro este post propriedade dos "Cinco"


Trago a lareira nas mãos e mesmo assim não estão quentes. É dos ricochetes "e coisas do género" (tenho a dizer que esta frase tem direitos de autor...e não são meus). Mãos frias...

Tenho a fogueira a queimar-me os olhos e os cabelos, as músicas com letra na língua e as sem nem as sei de tão perdidas que por cá andam. O sol não se põe a oeste, põe-se na vossa sombra, na vossa luz, na vossa música. ("Oh Rita que poética que tu andas..." e eu respondo: pois é. É das overdoses de amor e de bem e de tostas mistas de alta qualidade.)


De tanto girar nos sentidos caio redonda no chão (novamente com direitos, novamente (e felizmente) não meus) e tapo-me com qualquer coisa vermelha.

E ainda dizem que coincidências não existem? Desculpem, mas encontrei no mínimo três, dentro de almofadas, de areia e rádios cobertos de TELEPATIA. (opah...os meus subentendidos estão tão pouco "sub" que me fazem lembrar ópera.) De areia. Ai. AI.


Há umas coisas fantásticas chamadas "fotografias mentais". Trago um album inteiro. E uma expressão em particular na capa. (mais um sub super sub)


Disse que estava poética. Não, lamento, é mentira. Não estou. Fugiu-me a poesia porque hoje enganei-me no despertador e cheguei à escola meia hora mais cedo. E logo eu que moro a uma hora de casa. "Estás aqui..."


É "correr" para filmes que nos enchem as medidas. É sair do meio duma estrada. Ou entrar para o duma estrela a chover. Não a estrela, claro, essa fingia que caía. É perder a cabeça nas meias e as meias na mala e no chão. É cantar à volta da fogueira. É na ter problemas. É o frio do ar e o vosso quente. É entrar na idade do armário e não sair até de manhã. É banhos de bacardi, champagne, cerveja. É fazer a dança do pedreiro. É acender uma lareira com três brasas e muito fôlego. É uma sinfonia. É cantar desafinado. É matar roxinóis.


E o que é que É?


"Oh Rita vê o fim! vê o fim!"


Aaaaiolos.







Etiquetas:

domingo, dezembro 23, 2007

Bom Natal

É Natal, é Natal. Está frio e o meu cachecol é vermelho. Trinco o frio com os dentes, os doces, o delicioso stress dos que deixam tudo para a última da hora, mas que acham o Natal "um feriado estúpido e superficial"...sim, digo "mas"! Quem dera que se pudesse andar pelo mar...foi isso que eu pensei hoje. Porque o barquinho parecia de brincar e o fumo era bonito. Não tenho inspiração, tenho espírito. Natalício? Talvez. O Natal é um pretexto para quem o quiser usar. Sejam originais, não ofereçam meias. Que ninguém gosta de meias!

Bom Natal

quinta-feira, dezembro 06, 2007

O meu lema, não fui eu que o escrevi

Conta me quantos cigarros fumaste hoje. Quero beber-te as palavras com goles de cerveja fresca. Clichés? Como-os com arroz de espinafres! Um dia explico-te, porque olho para ti e porque me levanto. Com a inclinação do solo a coesão caiu-me ao chão como chaves e não a encontrei, ainda hoje não a encontrei. (Porque penso nela e por isso não a vejo? Não voltemos às revisões que o pior já passou.)

"Estimados clientes, informamos que podem adquirir informações sobre os perdidos e achados através da linha Olá Metro 808 20 50 60"

Não me feriram as asas mas feriram-me os olhos de apaixonada (não possuo, obviamente, os direitos de autor), feriram-me como com um beijo. Dois beijos não! Um.

Se sou lagarta ou namorada, pergunto-te a ti, que me analisas, ou melhor psico-analisas e...me desiquilibras?



Etiquetas: , , ,

sexta-feira, novembro 23, 2007

Auto-qualquercoisa

O sol entra me por entre as cortinas vermelhas que não fecham completamente. Ilumina-me só as letras. Não estou triste. Simplesmente não estou, desculpem.

"Pede-se ao proprietário do veículo da marca Seat, matrícula 57-34-LP que continue o seu percurso."
Sim. Continuar. Porque é que escrevo? Não sei. Não me faz nada. Releio o que escrevo e tento conhecer-me. Será que estou a falar a sério? Será que não sei mesmo. Será que se amarrar um fio vermelho alguém se amarra? Será que devia devolver as podres? Será que o frio me acorda? Será que consigo parar? Será que quero? Take a look at my girlfriend, she's the only one I got. Nem com setinhas. Já não és romântica Rita? Já não acreditas no amor? não, sou. não, acredito.

terça-feira, outubro 16, 2007

Devagar

Conta-me quantas vezes sorriste sem saber porquê, e quantas vezes não sentiste frio.
Quantas vezes cortaste o cabelo sem olhar, quantas vezes não escolheste a cor das meias? Sentes-te bem? Sentes-te? Eu não, não me sinto, sinto tudo o resto, mas eu, não.
Até já visto castanho. Castanho! Não, não mudei, o mundo é que mudou e me levou com ele. Logo eu que queria ficar para trás.
Não sei se não sei mesmo onde isto vai dar, ou se sei e não queria saber. Não penses que o mundo está apoiado em ti, menina... mesmo que não sorrias as floristas não fecham. Senta-te e sente-te, no meio deste todo, tu és nada mais que nada. There are so many special people. Sou o que quero ser e não o que sou. Sorrio porque é bonito e não porque estou feliz. Todos estes factos são mentiras. Facto também é que o céu é azul e as pessoas se perdem de si mesmas mais vezes do que perdem guarda-chuvas. Mas eu perdi-me mesmo e não me encontro em lado nenhum, mas já procurei em tudo, encontrei-me em ti, tu fugiste e eu não sei onde caí, nem te quero perguntar, porque estou amuada a um canto de braços cruzados e com uma vontade de um abraço que nem te digo. Deixaste-me cair, que giro, e eu caio que nem uma pena, devagar, quando queria ser pedra. E eu que sou tão, mas tão mas tão! Adorável, não é meu querido?

sábado, janeiro 27, 2007

Sonha sonhos e come-os?

Se um gato te comesse os sonhos o que é que fazias? http://www.deviantart.com/deviation/47386996/

Pegas num caderno, numa cadeira e nas tuas ideias. Se os sonhos fossem comestíveis não havia fome no mundo! "Isso faz-te mal, se não te fizesse era um alimento...e não é!"
Na altura em que as musas eram só bonitas e não falavam, as obras eram surdas. Não mudas, transformam-se em coisas que fogem. Crio uma rede de pensamentos e deito-me. Baloiço.
Boa noite.

sábado, dezembro 02, 2006

Pontos finais

Já não sei escrever, quanto mais escrevo, mais apago e menos me apetece. Se calhar cresci e esqueci-me de trazer a escrita comigo e agora esqueci-me de onde a deixei. Será? “Escrita procura-se. – ofereço recompensa de um texto com coerência e coesão e uma chávena de café.” Escrevo na mesma porque gosto de fazer as letras aparecer e gosto de dizer o que penso. Gosto de tentar sorrir, tentar fazer sorrir. Não consigo ligar ideias. Pontos finais não chegam. São frios. Não tenho uma linha de pensamento e por isso não a consigo transmitir. E sem linhas perdem-se as coisas como fantoches desamparados numa rua de paralelo em que alguém os confunde com bonecos. É as linhas ligam tudo. Basta pensar nos seus usos, que não vou nomear por falta de assunto, inspiração, ou numa tentativa (que eu sei que seria falhada) de tornar este texto mais interessante e cativante para um leitor e meio. (agora pelo menos alguém me pergunta porquê “e meio Rita?” e eu respondo, por nada, para te fazer pensar. Consegui.)
Devia haver uma legislação para as luzes de Natal. E com isto termino. Boa noite. E se acham comercial, façam vocês mesmo.
“Amo-te” e isto eu sei escrever e não apago e não uso pontos finais porque não precisa de linhas existe por si mesmo e transmite-se só assim.

domingo, outubro 22, 2006

ai

Passos rápidos e um estrondo.
Nunca te esqueças disto. É por amor que sorrio. e me levanto.
Sentada a chorar à chuva, no paralelo gasto, feita menina de trapos de cabelos pretos e molhados, que escorregou e caiu e só se levanta se a forem buscar. E volta com um beijo na testa lavada. Fica sempre tudo bem.
Nunca caimos no vazio, mesmo não vendo. Acordo sem cortinas nas janelas e não me lembro de as tirar. De que cor?
Sol nos olhos, só nos olhos. É ser original, sem clichés, sem cânones, sem sorrisos...sem sorrisos? ai.


És tão. assim.

quinta-feira, agosto 31, 2006

There's so much beauty in the world, that sometimes...

Escreves apenas duas palavras:

Talvez amanhã

Acrescentas-lhe sentimento (ou mel...ou doce de morango...morango não, que é falso...maracujá) e tornas tudo pessoal:

Talvez amanhã, quem sabe

Um pouco de luz:

Talvez amanhã, quem sabe, faça sol

Uma pitada ao de leve de suspense:

Talvez amanhã, quem sabe, faça sol e

E um sorriso:

Talvez amanhã, quem sabe, faça sol e eu voe

End of story:

Talvez amanhã, quem sabe, faça sol e eu voe.




00.34
Nada se mexe.

03.35
Nada se mexe.

03.35
Nada se mexe. (a não ser os meus dedos)

03.35
E eu penso. porque é que eu não me mexo?

03.36
Quero dar uma gargalhada mas não posso. Está silêncio.

03.36
Chega! Vou dormir. E sonhar que estou num mundo em que as pessoas acreditam nas outras e no amor. E que não olham as outras de lado. E que não fingem. E que não têm medo de chorar muito nos cafés, pedir só uma água e acabar com os guardanapos daqueles fininhos. E que sorriem quando veem um abraço na rua. E que (AI!) VIVEM!!!!!!!!!!!!!

Peço desculpa pela sinceridade e falta da doçura habitual com que costumo cobrir e aconchegar os meus posts...mas estou farta. Crise de adolescência? talvez. chamem-lhe o que quiserem...sinceramente não me interessa. critiquem. sim...que eu ouço. e hei-de sempre ouvir. mesmo quando achar que nem na Primavera as flores vão voltar a crescer. e só menciono flores porque estou completamente apaixonada, é inevitável. E o circulo de pessoas que conheço não pára de crescer e o das pessoas que gosto é pequeno. mas é tão bonito que eu quero dizer. é meu. é o meu circulo. e é ele que me protege. e o amor existe! não mo tentem negar! nao conseguem! alguma vez se sentiram tao quentes por dentro que o resto do mundo desaparece? alguma vez começaram a chorar só pela tristeza de outro? O amor não é beijos. O amor não é exigir. O amor não é algo que se esgota. Por favor não me tentem dizer isso. Por favor não esbocem aquele sorriso de "coitadinha, é jovem" quando lerem isto. Por favor não se preocupem comigo. Por favor que isto não vos afecte em nenhuma maneira possivel. Por favor sorriam. Por favor acreditem. "Consegues provar que o amor existe?" "Consegues provar que não?". Alguma vez reencontraram alguém e sentiram que finalmente eram vocês próprios? Nunca invejaram um casal no metro? Alguma vez ofereceram uma flor a alguém? Alguma vez disseram "amo-te" e desejaram que houvésse uma palavra mais forte? Alguma vez choraram a escrever para defender o amor? Eu já.





Rita? que se passou contigo? nem comento. é grande e é sério. ninguém te quer assim.

domingo, julho 02, 2006

Anil, aliás

"Guardamos sorrisos no bolso,
como se fossem doces...



Um dia uma pessoa cantava baixinho pelas ruas. Sorria a quem lhe sorrisse.

Pensava que o céu era mais bonito com ursos. E que o mar devia ser azul. Anil, aliás. Com nuances de lilás...verde...roxo, talvez.

Aquele candeeiro está fundido, mas agora ninguém nota porque é de dia.

Uma menina com uma saia rodada com folhos está sentada num sofá a cortar cabelo. O seu. Foge-lhe dos olhos e cai-lhe nos folhos aos cachos. Fecha os olhos e a tesoura e adormece.

Nunca te esqueças de contar as estrelas pelos dedos...para nao te perderes, para nao as perderes, para nao te perderes. "Gosto mais de ti do que de estrelas"





e são."

quinta-feira, abril 20, 2006

Storm (visual, brain, love, mushrooms, music)



Damos trincas tão grandes e não a saboreamos por completo. Voas ou desejas voar? E não queremos voltar. Prende, deixamos algo de nós, sorrisos tão diferentes, tão mistos de uma pré-saudade.









São homens de capas compridas a andarem no jardim. Não olham para trás. Nem ao som da música. É surreal. E pentes. Um velho segue-o. e nós vemos. nós. surreal. doce. "de chocolate e manga, por favor". é chuva. canta-me ao ouvido e sorri. e diz-me coisas bonitas. e nem se cantar muito alto consigo encher o mundo assim. o meu o teu. o nosso. não sei. paraliso. e só sei sorrir.

"Fazes-me ver joaninhas"

"This must be underwater love, the way I feel it slipping all over me" (nao resisti =P)


Com muito carinho e dedicação,
Venho por este meio anunciar que está uma noite bonita. Não abri a janela, está frio. Sem querer ser persuasiva ao ponto de vos fazer acreditar de alma (corpo não sei, eu pelo menos, tenho frio) que esta noite é bonita, garanto-vos que, com certeza (daquelas de criança) pelo menos uma pessoa está sentada à janela descalça e com uma perna para o lado de lá. E essa pessoa é bonita.
E sorri quando ouve a palavra "pantufa" ou "nenúfar".

terça-feira, março 28, 2006

red rosed society

E o vazio invade-me a mente... Sabes? Quando os sorrisos não chegam... Ou quando são demais. e afogam.
E sorrimos ao sol, sem saber porquê. Porque somos seres iluminados. ou nao. reflectimos o que somos. o que vemos. e dizemos gosto de ti como quem sorri ao ver uma joaninha. mas. isso é especial. as joaninhas sao especiais. e gostar. é. é? somos uma sociedade de rosas vermelhas. clichés. doces. bonitos. já há poucas coisas bonitas. e agarramo-nos aos sonhos. às mãos. aos olhares. sentimos. frios. não abraces alguém no meio de uma rua movimentada. podes ser. serás. mal interpretado. amor. aquece as mãos e aperta os botões do casaco. fixa o teu pé esquerdo e sorri...

sexta-feira, março 10, 2006

Liberdade

Sentou-se naquele baloiço de madeira. Cantava baixinho como se ninguém ouvisse e sorria. As gotas de água caíam nos seus braços e a luz do candeeiro fazia-lhe companhia. Tinha relva entre os dedos dos pés, folhas nos cabelos e estava sozinha. Os olhos fechados e a respiração funda. Pensava em não pensar, em fugir dali mas levá-la consigo, a ela e à luz do sol e aos cristais de gelo e às flores...ah! e aos sorrisos. “Nunca te esqueças dos sorrisos!”

É cantar e sorrir no meio duma praça (até quando está a chover).

Sobe aquelas escadas até ao sótão, tens que abrir aquela porta pesada e fria, a chave está onde só tu te lembras. Sabes aquela janela no canto esquerdo de quem está sentado no sofá púrpura? Abre-a e usa o banco que está atrás da porta para subir para o telhado (cuidado com aquela telha que está meia solta). Agora tu escolhes. Tens aquelas escadas leves, azuis, transparentes que dão para o outro lado. Tens o tapete até ali e tens também o cano até lá a baixo. Mas tu, é que escolhes.

É poder apagar as luzes e acender uma vela.

Queria prender as asas às costas, mas não tinha alfinetes. E sem alfinetes não posso ser livre. Sem cordas não posso ser livre. Sem nada contra o que lutar, para me desviar. Ser livre no vazio é como estar preso numa planície com flores e sol.

É nunca dizer sempre. É mudar de direcção no último segundo, é falhar e sorrir, é tentar outra vez, é entrar na água fria, é romper o silêncio, é sair, é lançar uma pedra ao mar, é andar à chuva, é dizer que não, é sentir vento na cara, é saltar nas passadeiras, é beber chocolate quente, é correr de saia, é nunca deixar de reagir, é fechar os olhos para ver melhor e sorrir ao escuro.

quarta-feira, março 01, 2006

tu não andas...tu deslizas

Alfinetes nas costas e brilhantes nos olhos.

Olhou pela janela e viu o amor a passar no passeio lá em baixo. Cantou mas ele não ouviu. Então fechou as persianas, fez uma chávena de café e calçou as pantufas. Ligou o candeeiro amarelo, daqueles fracos, doces, e sorriu-lhe. Ela dormia tapada pelo seu casaco, daqueles quentes e pesados e ele esperava. Por ela e pelo sol.


Alguma coisa caiu da parede e da luz leve nos olhos de alguém.


"cheguei tarde porque encontrei uma rapariga na rua e dançamos"
Quero alguém que páre para dançar e comente as nuvens comigo.


E se as flores falassem? (mas elas falam.. a sério)
Perdi a inspiração... se calhar não a perdi...se calhar ela é que fugiu...bem...lamento mas este post é um post desinspirado...

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

love me

Flocos de neve cobrem os sonhos dos meninos de trapos.

As estrelas caem dos olhos das pessoas azuis. Céus partidos e laços de seda não chegam.

Prendem-se coraçõezinhos de felpo aos pulsos com atacadores às riscas.

Mas acreditamos na doçura. Que, no fundo, e na casca de árvore, é real.

Amor é quando os nomes próprios se transformam em pronomes pessoais.



História de amor simples:
Era uma vez um ele que gostava de uma ela.
Fim.







Ele deu-me uma flor...
Ele quem?
Ele.

domingo, fevereiro 05, 2006

nunca esperes pelo sol


Era uma vez uma menina, daquelas bonitas, bonecas de trapos de gargalhadas e abraços.
Sempre que estava sol, naqueles dias quentes, doces e lentos, ela sorria. Andava por aí desiquilibrada, saltava nas passadeiras e corria atrás das pombas.
Um dia uma estrela prendeu se a uma pestana e recusou-se a sair, sim porque já não era a primeira coisa bonita a prender-se a ela (os opostos não se atraem), por vezes tinha
3 borboletas no cabelo, 5 flores no vestido e 7 beijinhos nas bochechas e no nariz e brilhava. Mas todos se iam embora, prendiam-se a outro ser bonito, ou voltavam para casa quando ficava frio. Mas aquela estrelinha não. Prendeu-se a ela, sempre que ela piscava os olhos (e era muitas vezes) a estrelinha ficava mais forte e brilhava muito. Brilhava tanto que iluminava o caminho da menina...e continuou a iluminar até ao fim daquela rua, sabem? aquela... que sobe (e também desce mas é mais triste), tem o chão de paralelos e candeeiros de luz amarela.

don't try too fool your heart...you'll end up breaking it.



(e depois o stock de fita cola acaba e depois? viramos seres azuis, transparentes.)
nunca esperes pelo sol...

Descrição (aquele monstro tremendo, enorme, com o super poder de adormecer qualquer um! - nunca percebi porquê):
Naquele jardim, tudo era no minimo aceitável. Há coisas bonitas, feias e aceitáveis, pois bem, naquele jardim, era tudo aceitável. Os bancos, vermelhos de madeira, muito gastos (principalmente por velhinhos, crianças e namorados. os adultos, que não se encaixam em nenhuma destas categorias, fogem dos bancos, mas disfarçam para ninguém ver), as árvores todas diferentes (pelo menos aos meus olhos de "não perita em árvores"), muito grandes e frescas (sim frescas, húmidas, verdes), a relva apetitosa (não me tomem por ruminante, simplesmente gosto de relva, não a como, mas queria), aceitável para andar descalça, os pássaros, aceitáveis.
As pessoas, poucas, aceitáveis também. As flores, bonitas, mas todas iguais e arrumadas (para isso temos os cereias e as bolachas nos supermercados), logo aceitáveis. A fonte era totalmente hipnotisante, sim, era. Tiraram-na desde que uma senhora muito inchada e respeitada (ou seja, uma daquelas pessoas feias que as outras pessoas respeitam para não ter que ouvir) caiu lá dentro com a sua mala castanha com bordados (esses muito menos que aceitáveis) a beije, e com a sua écharpe violeta. Claro que toda a gente culpou a fonte, que no ultimo instante se mexeu. Até houve testemunhas oculares que viram a malvada da fonte a rir baixinho após o triste acontecimento. E pronto, assim se diz adeus a uma fonte bonita, daquelas que cantam e mudam bruscamente de humor.
No lugar da fonte construiram uma estátua, aceitável, em homenagem a uma pessoa (deduzo eu) importante e provavelmente respeitada, em cobre ferrugento e adorado pelas pombas, essas pouco aceitáveis.
As grades do jardim, são verdes e tristes, bonitas no meu ver, pobrezinhas. E por fim os candeeiros. Esses ficaram para o fim, porque só funcionam à noite, quando já quase ninguém entra no jardim com medo do escuro. Os candeeiros, à noite, óbvio, são bonitos. Para mim os candeeiros de rua devem ter sido inventados por alguém respeitado sim, mas admirado, para mim, são pirilampos urbanos.
E pronto. (doeu?)



(na foto está a menina da história, encontrei-a numa loja de sapatos, daquelas muito cheias e barulhentas, não resisti. sim, fui eu que tirei a foto.)

sexta-feira, janeiro 27, 2006

cai e ri.



Sabem as estrelas?
Se cantarem para elas, passados 3 anos e meio (se for para aquela meia azul à beira do candeeiro), vocês recebem a resposta.
Afinal...o que sõ as estrelas cadentes senão estrelas encantadas por um canto?
Seduzidas...pobrezinhas.





Sempre que passava naquele baloiço, ele lembrava-se dela. Era de madeira, partido e tinha correntes enferrujadas, o baloiço, não ela. Ela era bonita, diferente. Se olharem para ela nos olhos, ficam cadentes, não estrelas, a estrela era ela, mas pessoas, pessoas cadentes.


Guarda-chuvas cor-de-laranja...
e a chuva não vem...
-Mããe! Quando vem a chuva??


Sorri às pessoas na rua e tem pena delas se não corresponderem

corre na areia, escorrega, cai e ri. (simples, não é?)




(peço especial atenção ao pequeno ser da foto, aquele no meio da areia. peço desculpa a todos o que o conhecem, mas meti-o ao bolso e levei-o para casa.)

quarta-feira, dezembro 28, 2005

um beijo


light is killing me...i can't see...

"Se eu tivesse asas a vida seria tão … violeta. A relva molhada dançaria como se uma flauta silenciosa tocasse só para ela e mais ninguém. Como se os sonhos fossem flores. E ninguém a podia ouvir. Será que há mais nuvens debaixo do mar? não sei, respondeu a fada."
(ditado feito à pressão para uma menininha que queria escrever no computador...enfim)

" In the body as in sculpture, perfection is attained not when there is nothing left to add, but when there is nothing left to take away” (não sei quem disse, mas é bonito... porisso parem de tentar ser melhores e tirem tudo o que seja artificial)

Coisas boas:

Uma gargalhada verdadeira
Ler um livro de que gostamos realmente, sem interrupções
Fazer um desenho tal e qual como o imaginámos
Cantar baixinho só para ti
Um elogio descuidado e significativo
Ter uma grande ideia
Conhecer alguém maravilhoso e parecer que nos conhecemos desde sempre
Dizer algo ao mesmo tempo que outra pessoa
Alguém se lembrar de ti
Andar à chuva e não ter frio
Banhos quentes e demorados
Subir umas escadas muito rapidamente e em silencio sem ninguém ouvir, nem mesmo tu
Um beijo
Escrever uma história e ver lágrimas nos olhos de quem a lê
Uma foto bonita que não conhecias
Praia ao fim da tarde, sem pais nem família
Uma prenda feita por quem a oferece
Um inicio de uma relação
Joaninhas
Bigodes de gatos
Um convite
Borboletas
Encontrar algo de alguém que não sabes quem e imaginar essa pessoa
Um arco-íris mesmo depois de uma tempestade
Os clichés tão criticados
Pantufas
Brilhos nos olhos
Cheiro de verniz, cola, gasolina
Uma surpresa mesmo inesperada
Chocolate quente e chocolate frio e bolo de chocolate e gelado de chocolate (ok…eu paro)
Ouvir a tua musica na rádio
Vestir uma camisola muito grande e quente nos dias gelados
Sentir que se faz parte de algo que se adora
Pessoas a sorrirem enquanto dormem
Animais fofinhos
Cair desamparada na areia
Atingir um objectivo
Sótãos
Correr de saia
Berlindes
O cheiro a relva molhada ou acabada de cortar
Sorrirem para ti na rua
Encontrar amigos que já não se vê há muito tempo
Ter tantas coisas boas para dizer e estarmo-nos sempre a lembrar de mais. =)

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Frio...

Este é um excerto de um livro que eu estou a escrever... deixo em suspense e talvez continue mais tarde... =) enjoy


"- Anda cá… – disse o estranho e riu-se de novo. O seu riso era tão…claro, tão ameno que fê-la sentir como se o conhecesse desde sempre.
Dalin não se mexeu.
O rapaz sentou-se bruscamente. Sorriu e sem desviar o olhar do chão sussurrou:
- Estás desculpada…não te preocupes…
- Desculpada? – hesitou Dalin.
- Sim… – o estranho espreguiçou-se e saltou para se pôr em pé. Olhou para cima e fechou os olhos por uns momentos. Agora ela pôde reparar bem nele, era alto, muito moreno e estava, tal como ela, completamente ensopado. O estranho começou a andar deixando Dalin estática, parada. Andou durante um minuto e depois parou, rodou sobre os calcanhares e olhou para trás com um sorriso rasgado que Dalin não conseguiu descodificar.
- Hmm… Vais ficar aí? – depois sorriu muito docemente fazendo Dalin sorrir também.
Começaram os dois a andar, lado a lado, lentamente e em absoluto silêncio.
- Desculpa-me, mas há pouco disseste que me desculpavas… desculpavas-me porquê?
- Por me roubares. – riu-se e começou a correr. Foi contra um grande plátano e abraçou-se a ele."

sexta-feira, dezembro 09, 2005

(-Olá...)

Memórias doces são guardadas de maneira diferente

Ele, envolto em sombras,
chamava-a
Ela, envolta em si mesma
sorria sentada naquele baloiço.
Cantava para o escuro
que desaparecia aos olhos dele.


Rosas coradas pela sua beleza..eterna..efémera...



Vi o meu reflex
no reflexo dos meus olhos
pretos, não escuros.
Canto para mim
e ato estrelas ao meu tecto,
daquelas que brilam,
reflectem.
Vi a vida brilhante, falsa
e gostei, se me olhares,
de frente talvez coonsigas ver
o preto é a junção de todas as cores.



Se uma borboleta pousasse no teu nariz...o que lhe dizias?
(-Olá...)


canta menina canta

domingo, novembro 20, 2005

Obrigada pela atenção.

Querido leitor,
Peço desculpa pelo incómodo, a habitual escrita sem nexo, totalmente "doida", se me permitem, voltará dentro de momentos, dentro de exactamente o tempo de beber uma caneca de chocolate quente e contar as gotas de chuva que caem em cima daquela bota abandonada, triste bota abandonada, se me permitem. Obrigada por me permitirem. Terei para sempre esse gesto em conta, pelo menos até me esquecer.
As causas desta pausa são de todo desconhecidas, mas neste preciso momento, especialistas em "desconhecimento" (a nova ciência na moda entre os desconhecidos cientistas, a essência é efectuar profundos estudos, mas mantê-los e manter-se no desconhecimento, daí o secretismo da própria operação) estão suterrados em papéis e estudos sobre o assunto (da pausa, é claro). Os resultados, no entanto, serão totalmente secretos para qualquer outra pessoa não conhecedora destes.
Obrigada pela atenção
456403 gotas de chuva.
Diz-me coisas bonitas e beija-me o pescoço. Enrola a tua voz na minha e lê-me os pensamentos. (ordens, pedidos, ou actualidade?)

Sorri e faz prru (quem me conhece percebe =) ), a vida fica mais docinha.

É fantástico ver abraços, quentes, calmos, falsos, todos os tipos. Daqueles que espremem sorrisos ou lágrimas, ou os dois até.

"Cagumelos e cenouras doidas - junção marmelófica explosiva."

Correcção: 456869 (gotas de chuva claro.)

sorry...

.
Total lack of inspiration
(don't ask me why)
.

domingo, novembro 06, 2005

Borboletas, pantufas e chocolate quente

amo-te . wo ai ni . ai shite imasio . s'agapo . jeg elsker dig . te quiero . i love you . je t'aime . amin mela lle . ik houd van u . ich liebe dich . Σας αγαπώ . ti amo . te amo. Я люблю вас. . .

desculpa não percebi, os teus olhos estão pretos.


Pantufas rotas, quentes, vermelhas, esperam debaixo da cama, escondidas pela manta aos quadrados que a avó deu, respiram baixinho e sonham com pirilampos. Ela entra no quarto e deixa-se cair, sem um unico som. Adormeceu pensam as nuvens. Não está a sorrir. Não! está sorrir! As papoilas lá fora dormem fechadas nas suas reflexoes, reflectidas pela lua.

Toca o telefone e ela não se mexe. "Atende!" diz ela para as pantufas... mas elas estão a dormir. A sério! "A sério!Estamos a dormir!!" O telefone continua a tocar, persistente, para transmitir uma mentira doce, ela não a quer ouvir, não o quer ouvir.
"Agora adormeceu" dizem as estrelas.









Fecha os olhos para veres melhor... fecha as asas e pensa.







sexta-feira, novembro 04, 2005

So cemál..


amores não correspondidos...
Os olhos dele olharam nos olhos dela que olhavam os olhos olhados por todos...

1-Às vezes há coisas que nos fazem sentir estranhos... pelo menos a mim... eu gostava de fazer alguma coisa de jeito neste tempo que praki estou..dum lado para o outro a bater em portas e virar para outras (tipo aqules bonequinhos que não param de andar) e é isso...não parar de andar...não cair.

2-Vejo borboletas cansadas de cansar as asas, estas, cansadas de serem cansadas.

3-(...fugiu de desespero...se o virem avisem-me...ofereço recompensa)

4-O frio bate-me nas mãos e nos cabelos e eu pergunto-lhe as horas...ele ignora-me..pisco-lhe o olho e continuo a andar, a aquecer as maos e a apertar o casaco.



"Fecha as asas que te tapam as vistas"*

quarta-feira, novembro 02, 2005

This is me...


Que é como quem diz: "Isto sou eu..." (lol)

Bem... aqui estou eu... eu sei que a maioria das pessoas que comentam este blog me conhecem pessoalmente e tal (até pk sou eu k lhs peço/obrigo), mas pa quem não conhece...aquela miudinha que ta ali no canto sou eu. =)

Como rebuçados porque tenho inveja deles! Docinhos...

enjoy... :P

sexta-feira, outubro 28, 2005

Brilhos não, luzinhas...cantavas sempre que uma gota de chuva caía no teu nariz.

Gavetas de meias meias às riscas, meias lisas...

Nós numa fita de seda e baloiços despercebidos.

(tntariva falhada d eskrever uma frase sem olgar po reclado)

Carinhos de compras em carrinhos de compras e sorrisos falsos de uma alegria extremamente verdadeira.

Doce escorria-lhe dos olhos..frios...azuis...molhados..mas não do doce.

Borboletas dormem nos sapatos esquecidos na relva, aquecidos pelo sol.

Asas são o expoente máximo do comodismo… ou será liberdade?



(cresce menina...pára de sorrir!! )



oto post sem logica..... :P

sexta-feira, outubro 21, 2005

Post explicativo


"Açúcar nos lábios, colados de vergonha por serem tão doces."
Neste post vou-me apresentar um pouco melhor, eu sei que pela logica este seria o primeiro post, mas como já disse antes (acho eu... se não disse pensei :P) este blog não é suposto ter grande lógica.
Todas as coisas neste blog, quer sejam textos, quer imagens ou desenhos, são feitos por mim. (só estou a dizer isto aqui porque estou um bocado farta de que me perguntem :P)
Eu acho que sou um pouco confusa, talvez (como já me disseram) viva um pouco num mundo surreal...num mundo cor-de-rosa. (cor-de-rosa é mesmo só a cor porque n é tudo contos de fada...neste meu mundo...a sério! também há gigantes maus!! :P) Não acho que viva nesse tal mundo, talvez o vá inventando, com experiencias que tive, ou gostaria de ter, com pequenas coisas deste meu mundo, que se virmos bem...também é bastante cor-de-rosa. =)
Agora vou explicar o nome do site...bem sommerfugl é borboleta em dinamarquês... dreaming acho que toda a gente sabe! ;)
Bem, acho que as apresentações básicas estão feitas... também nem com um texto de 600 páginas é possivel ficar a conhecer uma pessoa... =)
Como não podia deixar de ser... aqui vai uma poesia, escrita à bastante tempo, descalça...na relva! =D



Sonhos pendurados
Por molas, no estendal
A secar.
Por vezes um cai
E confunde uma lagarta
Que mais tarde se torna
Borboleta preta e laranja
E não o contrário.
Às vezes também
Lá se encontram sombras,
A secar,
No estendal.




(se calhar um sonho caiu em cima de mim...e confundiu-me)

quinta-feira, outubro 20, 2005

A festa


A festa

Reflexos de luas
Em cabelos de noite
Escuros brilhantes
De luzes violeta
Sapatos pretos
Em pele de cetim
Juntam-se e afastam-se
Indecisos, confusos
Tontos pela musica
E pelas vozes
Sibilantes risos esporádicos
Assustam as estrelas
E elas escondem-se
Escorregam e caem
Prendem-se aos cabelos
Das meninas sentadas
À beira do muro frio.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Asas e uma guitarra


Sorrio para ti
Fechas os olhos.
Escondo-me e guardo
As asas que sem querer
Me deste.
Sentas-te a tocar
A guitarra, a música
Que tantas vezes me embalou
Ouço-te sem que tu me ouças a mim
Falas como se eu estivesse aqui, contigo
E estou, mas tu não sabes,
Pois não, meu amor?
Falas e sabes exactamente
O que eu responderia…
Sou dispensável?
Abres os olhos
E sorris.

domingo, outubro 16, 2005

Sentido...


Se te disserem que o teu amor não faz sentido… sorri…o amor não tem sentido.

Este desenho foi feito num estado de estranheza, num daqueles dias em que uma pessoa se esquece do que estava a fazer e fica parada no meio do corredor com um olhar vazio, num daqueles dias em que qualquer insignificante musica arranja maneira de entrar na tua cabeça… Num daqueles dias, em que sorris ao ver uma flor no meio do paralelo duma rua movimentada, uma sobrevivente.
As coisas sem sentido aparente, por vezes, têm mais sentido do que as coisas certas, porque se sentem sem querer, sem saber, entranham-se sem nós próprios sabermos porquê.

Sussurra-me ao ouvido e diz-me coisas bonitas…coisas que se entranham.